Utentes do sinal da GOtv, uma das provedoras de serviços de televisão digital mais procuradas por praticar preços acessíveis à classe média e baixa, em Nampula, estão há mais de uma semana privados de acessar os conteúdos dos canais geralmente disponíveis, por razões, no entanto, ainda desconhecidas.
No país, este serviço é oferecido pela Multichoice Moçambique, cuja sede funciona na vizinha República da África do Sul. Por isso, as tentativas da nossa reportagem para obter um esclarecimento quanto a este apagão localmente (em Nampula) redundaram em fracasso.
Procuramos no website da companhia contactos para o efeito, mas igualmente em vão, porque do e-mail corporativo que consta, apenas conseguimos obter uma resposta automática dizendo o seguinte: “Estimado cliente, obrigado pelo seu e-mail. Esta é uma resposta automática para lhe dar conhecimento de que recebemos o seu e-mail. Tenha em atenção que o seu e-mail foi colocado na nossa fila e o nosso tempo de resposta pode levar até 8 horas.”
Antes que as oito horas previstas fossem atingidas, recebemos um outro e-mail referindo que: “Lamentamos os transtornos causados, informamos que esse é um problema geral, não tem um tempo exacto e estamos a par da situação. Foram enviados reforços para regularizar a situação.”
Moisés Ambrósio, residente no bairro de Mutauanha e cliente da GOtv há cerca de 5 anos, disse que, devido à situação, a sua família está com os nervos à flor da pele, devido ao facto de terem sido privados de assistir aos noticiários, novelas, partidas de futebol, entre outros conteúdos.
“Ouvimos por aí que o país está a ser afectado por manifestações populares, por causa das eleições. Se tivéssemos o sinal de televisão, poderíamos ver isso tudo, mas, infelizmente, estamos apenas a ter informação das redes sociais, que por vezes não é credível”, lamentou Ambrósio.
Para o efeito, usou o nosso jornal para instar a empresa a resolver o problema o mais rápido possível.
Sentimento semelhante foi manifestado por Judite Carlos, residente do bairro acima mencionado e cliente da DStv há mais de 7 anos.
“Estava habituada a assistir aos programas, mas, infelizmente, não posso desfrutar desta alegria, devido à falta de sinal. A situação não afecta apenas a mim, mas também aos meus filhos, que ficaram sem possibilidade de assistir a desenhos animados. O pior é que não sabemos o que está acontecendo, porque a empresa ainda não disse nada”, lamentou Carlos.
Com a troca do sinal analógico para o digital, qualquer utente em Moçambique que queira assistir aos canais de televisão deve ter um descodificador, que é vendido pelas provedoras dos serviços, além de pagar mensalmente a respectiva subscrição que lhe permite a abertura dos canais pagos.