Na província de Nampula, persistem fortes indícios de cobranças ilícitas em algumas escolas primárias e secundárias, supostamente para o pagamento de guarda, e nos dias actuais as escolas colocaram como condição para os alunos realizarem os exames escolares que se aproximam.
Este problema não é recente, mas tem se intensificado a cada ano, e estranhamente as autoridades do sector de educação fingem não ter conhecimento do cenário, que até já foi institucionalizado nas escolas públicas de todos os níveis.
Como exemplo, apuramos que na Escola Secundária de Namicopo, os alunos que não pagarem uma contribuição, que supostamente ronda os 500 meticais, para a guarda e outras taxas, são impedidos de participar nos exames finais. Este ano, mais de 500 alunos desistiram as aulas devido a essas cobranças frequentes.
Na Escola Primária Completa (EPC) da Barragem, a situação não é diferente: os alunos que não apresentarem blocos de cimento não têm acesso aos seus resultados trimestrais, o que agrava ainda mais a pressão sobre os estudantes e suas famílias.
Em resposta a essas denúncias, o porta-voz da Direção Provincial de Educação de Nampula, Faruk Carim, afirmou que a instituição já está ciente do caso da Escola Secundária de Namicopo e que uma equipa foi designada para investigar a veracidade das informações.
Carim garantiu que, caso as cobranças se provem ilegais, a direcção tomará as medidas adequadas, conforme os procedimentos legais.
“O nosso objectivo é garantir que as práticas não constitucionais sejam corrigidas, e, caso necessário, iremos trabalhar junto das direcções escolares para garantir que as regras sejam cumpridas”, declarou Carim.
A fonte também ressaltou que, apesar das manifestações em curso, todas as condições estão preparadas para que o processo de exames decorra sem contratempos.
O governador de Nampula, Manuel Rodrigues, fez um apelo recente aos professores para que cumpram rigorosamente os regulamentos dos exames e evitem práticas fraudulentas que possam prejudicar os alunos.
Este ano, a província de Nampula vai submeter cerca de 28 mil alunos das 6ª, 10ª e 12ª classes aos exames finais, com a esperança de que o processo decorra de forma tranquila e sem maiores dificuldades.