Três pessoas perderam a vida ontem, na avenida de trabalho, na zona da Faina, arredores da cidade de Nampula, baleados pela polícia, quando participavam das manifestações convocadas pelo candidato a presidência da república, nas eleições de 9 de Outubro findo, Venâncio Mondlane, para contestar os resultados que dão vitória à Frelimo e Daniel Chapo.
Segundo consta, os jovens teriam se confrontado com a polícia, quando os agentes da lei e ordem, supostamente, pretendiam remover barricadas colocadas na via pública pelos manifestantes.
Devido às barricadas, os transportes semi-colectivos de passageiros estiveram paralisados, o que fez com que os utentes daqueles meios tivessem que caminhar para as suas lides diárias.
“Estou a ir ao serviço a pé, porque não há transporte. Não posso faltar, porque o meu patrão disse que não quer saber de nada” -disse Sandra Couve.
Daniel António, que tem um familiar internado no Hospital Central de Nampula, contou-nos que estava a enfrentar dificuldades de poder ir àquela unidade sanitária, para levar o pequeno almoço, devido à falta de transporte.
“Hospedei na casa do meu tio no bairro de Marrere vindo de Murrupula. Meu sobrinho está doente e está hospitalizado no Hospital Central de Nampula, assim queria entregar esses sumos e algumas roupas para ele trocar. Estou sujeito a apear. Essas manifestações estão a comprometer as nossas actividades, daí que imploro ao governo para resolver este problema” acrescentou.
Devido aos tumultos que acompanharam as manifestações, o centro da cidade de Nampula esteve literalmente deserto. Aliás, um comboio de carvão da empresa Nacala Logistics, foi tomado pelos manifestantes por um tempo, mas depois seguir a sua viagem sem sobressaltos.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, ainda não se pronunciou em relação às manifestações.