Quatro Unidades Sanitárias (US) do distrito de Mogovolas, em Nampula, vandalizadas desde o final do ano passado até agora, por parte da população local, que acredita que, nessas infraestruturas, o pessoal de saúde nelas afectos procedia à “produção da cólera”, que seria posteriormente “distribuída” pelas comunidades, provocando perdas de vidas humanas, continuam encerradas.
O caso mais recente de destruição de US ocorreu no dia 4 deste mês, pela segunda vez consecutiva, tendo como alvo o centro de saúde da vila de Nametil, onde foram incendiadas a farmácia e o laboratório.
A directora provincial de Saúde de Nampula, Selma Xavier, disse que, face à situação, estão a decorrer encontros de coordenação entre o sector que dirige e as comunidades, para aferir se já existem condições de segurança para a reabertura das US.
Das US vandalizadas e actualmente inoperacionais, a do posto administrativo de Muatua foi a que mais sofreu os efeitos da desordem popular, o que leva a concluir que a sua reabertura levará mais tempo do que as outras.
Devido à paralisação das US, todo o pessoal que nelas prestava serviço “refugiou-se” na cidade de Nampula, temendo pela sua vida, enquanto alguns foram realocados para outros pontos do distrito.
Refira-se que o vizinho distrito de Angoche foi igualmente afectado pela onda de desinformação sobre a origem da cólera, o que culminou na vandalização de uma US e de seis residências pertencentes a igual número de líderes comunitários, indiciados de envolvimento na “propagação da cólera”, em conluio com o pessoal de saúde. Dados actualizados indicam que, desde que a cólera eclodiu em Mogovolas, Murrupula, Larde e na cidade de Nampula, 36 pessoas perderam a vida.
