A cidade de Nampula, terceiro maior centro urbano do país, acordou ontem de baixo de uma agitação e cepticismo, pois os municipes foram privados do uso do principal meio de transporte, vulgarmente conhecido por “chapa cem”.
A habitual circulação de parte dos mais de 700 mil habitantes, da cidade de Nampula, esteve paralisada o dia todo, porque os transportes semi-colectivos de passageiros paralisaram suas actividades, como forma de pressionar ao Conselho Municipal a aceitar a proposta dos operadores de incrementar a actual tarifa, de 10 para 15 meticais, devido ao recente aumento de combustível.
Os motoristas das viaturas, que fazem o transporte de pessoas e bens, alegam que, com a subida do litro de gasóleo e gasolina, torna-se difícil suportar os custos operacionais e ficar com alguma margem de lucro, para responder às exigências dos seus patrões.
Logo pela manhã a agitação tomou conta dos populares e muitos foram encontrados de surpresa, chegando tarde aos postos de trabalho, às escolas e universidades, bem como a outros afazeres.
Calton Matias explora o transporte de passageiros na rota entre Waresta e Muahivire, argumentou que, desde que se registou a subida do combustível não consegue produzir receita suficiente.
“Estamos a registar muitos prejuízos por causa da subida do preço de combustível”, frisou Matias.
A Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula (ASTRA) veio a público esclarecer que, desde Novembro do ano passado, submeteu uma carta ao Conselho Municipal da Cidade, solicitando a actualização dos preços do transporte, documento que, no entanto, não teve qualquer resposta.
“Devo salientar que quem deve decidir pela paralisação dos carros não são os motoristas, mas sim os donos, o que não foi o caso”, explicou Vasconcelos, Presidente da ASTRA, que não deixou de acusar a edilidade de estar a atrasar, deliberadamente, a aprovação das novas tarifas, propostas pela ASTRA.
No entanto, a paralisação peca, segundo a opinião pública, por não ter sido previamente comunicada e ter apanhado muitas pessoas em contrapé, pois tiveram que caminhar longas distâncias para concretizar as habituais actividades.
Lamentavelmente, para um assunto delicado e que toca diretamente com a vida do munícipe, o Presidente da edilidade, Paulo Vahanle, preferiu não dar a cara e o Director do Departamento de Comunicação e Imagem, no Conselho Municipal da cidade de Nampula, Nelson Carvalho, veio a público para dizer que os os “chapeiros” não comunicaram previamente a instituição da intenção de paralisar a actividade.