Isabel Mussa:  Uma exímia cozinheira macua

Isabel Mussa:  Uma exímia cozinheira macua

Nas últimas edições deste diário eléctrico, temos vindo a publicar reportegens com o depoimento de mulheres, que neste Março comemoram o seu mês internacional. Hoje e para fechar o ciclo destas histórias, trazemos o depoimento que encanta meio mundo com as suas habilidades culinárias.

Chama-se Isabel Mussa,  natural do distrito de Mogincual, na costa sul da  província de Nampula.

Órfã de pai, Isabel Mussa conta que começou a confeccionar e vender comida, no ano de 2006, no mercado suburbano da Cavalaria, bairro de Carrupeia, depois de se separar do seu marido.

Actualmente, ela tem como ponto de venda, o recinto do Museu de Etnologia, localizado na cidade de Nampula, onde possui um estabelecimento denominado “Barraca Macua”. Aliás, é considerada uma exímia cozinheira macua e confessa, com segurança inquestionável que “não preciso usar muitos ingredientes, para que a comida seja saborosa”.

Grande parte dos seus clientes, são os jovens conhecidos por flechadores (vendedores informais), escultores, jornalistas cujo atelier e sede funcionam no recinto do museu de etnologia, respectivamente, para além de visitantes.

Sem citar nomes, a nossa entrevistada regozija-se de estar a alimentar alguns dirigentes e pessoas da elite local, que fazem encomendas de alguns pratos para consumir em casa ou no sector de trabalho, pois, para além de saborosa, a comida da dona Isabel, como é carinhosamente tratada, “é para comer e dizer, sim senhora, estou satisfeito”, segundo testemunho de um colega nosso de profissão.

A título de exemplo, um prato de xima com caril de carne, custa entre 200 a 250 meticais, contra os mais de 900 meticais, praticados em alguns estabelecimentos hoteleiros da praça.

Isabel confidenciou-nos que da renda do negócio, consegue criar e educar os seus filhos, um dos quais com formação superior concluída, na área de enfermagem e dar emprego a duas irmãs, que com ela trabalham.

O seu recado é para que todas as mulheres não cruzarem os braços, a espera de ser sustentada pelo marido. “Devem ir à luta pela sobrevivência…”. fechou.