Nas zonas de exploração de recursos naturais, quase em todo o país, há graves violações de direitos humanos, por parte da Polícia da República de Moçambique (PRM) e agentes de Segurança Privada, contratadas por megaprojectos, segundo denunciou, na última quarta-feira, o director do Centro para Democracia e Desenvolvimento – CDD, Adriano Nuvunga.
Nuvunga referiu que, muitas das vezes, a PRM e a segurança privada recorrem a violência para repelirem os jovens, que, também, procuram sustentar os seus familiares, através da procura de minérios.
A fonte disse ainda que, para além da questão de violência, existe a problemática dos reassentamentos mal feitos e duvidosos, onde muitas comunidades são retiradas das zonas onde elas praticavam alguma actividade económica, e são reassentadas em zonas onde não podem fazer alguma acção, privando-as dos seus direitos.
O director do CDD falava na cidade de Nampula, durante a capacitação de 30 defensores dos direitos humanos baseados na região norte do país.
Para minimizar a situação, segundo Nuvunga, urge formar e fortalecer os defensores e líderes sociais e de justiça, para proteger-se de eventuais ameaças decorrentes da exploração dos recursos naturais, no sentido de continuar a fazer advocacia das comunidades com vista a valorização dos seus direitos.
“Quando falamos dos direitos ao desenvolvimento, estamos a nos referir da melhoria da condição de vida da comunidade. Entretanto, assistimos constantemente a violação desses direitos primários, porque quando os megas projectos chegam tiram o acesso à água potável, porque poluem o meio ambiente, isso nos preocupa bastante como defensores”, sublinhou.
