A crescente subida do preço do carvão vegetal, um combustível lenhoso muito usado nas famílias moçambicanas, está a sufocar as contas dos munícipes residentes na cidade de Nampula, ao atingir os 400 meticais o saco de 50 quilogramas, contra os habituais 250 meticais.
Praticamente, todos os estaleiros espalhados pelos diversos bairros da urbe estão a praticar o mesmo preço de 400 meticais, considerado alto pelos munícipes, que aos poucos procuram alternativas para confecionar as suas refeições diárias.
O carvão vegetal, conforme referimos, é o principal recurso usado para confecionar os alimentos pela maioria das famílias de baixa renda, que vive na cidade de Nampula, uma vez que poucos são os que têm capacidade do uso do gás doméstico.
Josina Silvestre, munícipe residente na zona militar no bairro de Muahivire, na cidade de Nampula, lamentou explicando que a subida do preço de carvão está a sufocar o bolso do pacato cidadão, que vive em extrema situação de vulnerabilidade.
“Há cerca de duas semanas, o carvão custava 370 meticais, mas nos últimos dias subiu para 400 meticais. Nós não temos como não comprar, porque é um recurso que usamos no nosso dia-a-dia”, – lamentou Silvestre.
Paula Manuel, outra munícipe residente no bairro de Muhala expansão, considerou de oportunismo o preço de carvão praticado pelos vendedores, porque, na sua óptica, o produto existe em abundância já que não está a chover e o processo de produção não sofre grandes complicações.
“Se estivéssemos na época chuvosa, eles teriam razão de aumentar o preço do carvão, porque tem havido muitas dificuldades de queimar e conservar o produto”, disse Manuel, referindo que a saída tem sido comprar pequenos montes de vinte meticais, que só serve para uma única refeição.
Entretanto, os vendedores deste recurso lenhoso nos estaleiros justificam que a subida do preço de carvão, se deve a escassez da matéria prima nos locais onde é extraído, aliada ao péssimo estado em que se encontram as vias de acesso às zonas interiores dos distritos, onde o recurso é extraído.
“Nós, por exemplo, não temos um camião próprio e temos que pagar o aluguer. Para poder compensar temos que ajustar o preço”, disse um dos vendedores sem se identificar.
O carvão vegetal que é comercializado na cidade de Nampula provém dos distritos de Muecate, Meconta, Mogovolas, Rapale e distrito de Nampula.
