A província de Nampula continua a queixar-se de limitações financeiras para pulverizar o total do seu parque cajuícola, constituída por mais de 14 milhões de plantas. No lançamento da campanha de pulverização de cajueiros, na semana passada, o director provincial da agricultura e pescas, Ernesto Pacule, anunciou que neste ano serão pulverizadas apenas 4 milhões, aliás, esta é a média anual.
O lançamento da campanha aconteceu na localidade de Nacoma, no distrito de Meconta, onde Pacule anunciou as limitações financeiras, para aquisição de produtos químicos para pulverização, como sendo a maior dificuldade para o sector.
A fonte explicou que face à situação prevalecente, o executivo provincial tem vindo a empreender esforços, através da concessão de subsidio de 100% dos pesticidas, bem como na intervenção directa do Instituto Agrária de Moçambique, na aquisição dos químicos, como forma de incrementar a pulverização.
“Sabemos que sem a intervenção no controlo de pragas e doenças, os cajueiros não alcançam o seu potencial produtivo, podendo produzir apenas 3 a 4 quilogramas, produção que, com a pulverização abrangente passa para pelo menos 12 quilogramas por cada cajueiro”, enfatizou Pacule.
Em Nampula, os distritos considerados potenciais produtores da castanha de cajú são os de Mogovolas, Angoche e Meconta.
Por conta da pulverização dos cajueiros, os industriais do sector de cajú dispõem de matéria-prima de boa qualidade, contribuindo para a melhoria na eficiência de produção e competitividade da indústria no mercado internacional.
Na campanha de comercialização da castanha de caju (2020/2021), a província de Nampula comercializou perto de 67 mil toneladas, das 100 mil conseguidas em todo o país.
Tal como noutros anos, Nampula prevê pulverizar na presente campanha 4 milhões de cajueiros, dos quais 1 milhão no distrito de Meconta, considerado quarto maior produtor da castanha da província, envolvendo cerca de 94.993 famílias produtoras.