Uma mesa redonda juntou, na semana passada, o governo do distrito de Nampula, Organização Mundial da Saúde (OMS) e USAID, com o propósito de apurar a dinâmica da transmissão da cólera e encontrar-se soluções para o efeito.
O representante da OMS, Crescencio Nhabomba, contou que, até ao dia 24 do mês de Julho, 30 pacientes se encontravam internados no centro de tratamento da cólera instalado nesta urbe, onde, da pesquisa feita, concluiu-se que os bairros de Murrapaniua, Carrupeia, Muatala, são os que apresentam maiores números de casos.
“Por causa disso, fomos reparar quais são as fontes de águas que aqueles pacientes usavam para o seu consumo e constatamos que mais de 60 por cento deles estavam a consumir água proveniente da rede pública e ou canalizada, para além de existir uma parte que faz a mistura, ou seja, de vez em quando usam a canalizada, outros usam a do poço, rio e engarrafada”, contou Nhabomba.
Entretanto, a maioria da população não tem um hábito de tratar água antes do consumo. “Temos apenas uma parte que referiu ter tratado as vezes e pouquíssima gente disse que trata água para o consumo” – concluiu.
Lembre-se que as autoridades de saúde, na província de Nampula declararam, oficialmente, em Abril passado, o surto da cólera, no distrito de Nacala-porto, doença que se alastrou para outros distritos como Memba, Nampula, Eráti e Meconta.
No princípio do mês passado, em Agosto, as mesmas autoridades anunciaram que a província enfrentava um novo surto de cólera que provocara pelo menos dois óbitos, perfazendo mais de três mortes desde a eclosão da doença.
Curiosamente, em meio a este problema, os governantes ocuparam-se em lançar farpas e enveredar por politiquices. Especificamente, depois do surgimento de novos casos, o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, atacou os gestores municipais da cidade de Nampula, em pleno comício, no distrito de Murrupula acusando-os de não estar a cumprir com o seu papel na área do saneamento da urbe.
Na sequência, o presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, em pleno comício realizado no dia 22 de Agosto, disse estranhar o surgimento de novos casos de cólera nesta época do ano.
“Como é possível registar-se cólera neste período? Isso é preocupante”, disse, admirado, Paulo Vahanle comparando depois a cólera com a Covid-19.
