A escassez e irregularidade de chuvas, durante o período do crescimento da cultura de milho, que o país conhece de forma cíclica, impede a boa formação das espigas e o desenvolvimento dos grãos, e as altas temperaturas extremas prejudicam a polinização das plantas, fase essencial para o processo de produção.
Esses problemas, conforme uma pesquisa de milho geneticamente modificado em Moçambique, apresentado nesta segunda-feira, na Cidade de de Nampula, estão a provocar perdas frequentes na produção desta cultura alimentar, mesmo em áreas onde antes não havia problemas com a falta de água.
“Isso é resultado das mudanças climáticas, que estão tornando esses eventos mais comuns” – refere o cientista Pedro Fato do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) em Nampula.
Segundo a fonte, essa situação preocupa o sector agrário, porquanto antes das novas colheitas, há relatos de escassez de comida em várias regiões, quase todos os anos. As pragas agrícolas, especialmente as brocas-do-colmo, lagarta-do-funil, entre outros, também estão a causar grandes prejuízos aos pequenos agricultores, que são os principais produtores de milho no país.
Estudos recentes mostram que a produção de milho está a diminuir em algumas regiões do país, o que está a contribuir para a insegurança alimentar e nutricional das famílias, assim como para a pobreza persistente nas áreas rurais.
Para lidar com esses desafios, a pesquisa recomenda soluções tanto agronómicas quanto genéticas. No entanto, muitas dessas soluções são caras. O melhoramento genético das plantas é uma opção, mas pode ser mais difícil em algumas circunstâncias. É importante notar que o milho é uma cultura crucial para Moçambique e para toda a África, mas a produtividade no país está entre as mais baixas da região.
A situação precisa de atenção urgente para garantir a segurança alimentar e o bem-estar das comunidades rurais.
