Quase um ano após o lançamento da primeira pedra, as obras de asfaltagem da estrada Angoche-Nametil, em Nampula, ainda não começaram, situação que está a gerar desconforto entre os beneficiários directos do projecto, incluindo os administradores dos distritos de Angoche, Mogovolas e Moma.
A obra de quase 100 quilômetros, adjudicada ao empreiteiro Mota Engil em Setembro do ano passado, ainda está na fase de abertura de desvios, raspagem e compactação de alguns trechos, sem previsão para o início efectivo da pavimentação.
Os administradores afirmam que os técnicos da Mota Engil não coordenam e nem prestam contas às autoridades distritais, o que compromete os prazos estabelecidos para a conclusão das obras.
“Tememos uma repetição do que aconteceu com a estrada Malema-Cuamba, atrasada há cerca de cinco anos”, declarou Orlando Impissa, administrador do distrito de Mogovolas.
O administrador de Angoche, Wiliam Tunzine, relatou ter agendado uma reunião com o empreiteiro na semana passada, mas o encontro não ocorreu devido à indisponibilidade dos técnicos.
Já Abacar Chande, administrador de Moma, afirmou que no terreno apenas há “show off” dos trabalhadores, que parecem desinteressados com a conclusão do projecto.
“Os operários limitam-se a tomar café, sem demonstrar interesse em concluir a obra, e isso está a nos preocupar muito”, disse Chande.
Entretanto, o Secretário de Estado na Província de Nampula, Jaime Neto, presente no evento, mostrou-se surpreso com as informações trazidas pelos administradores, pois o empreiteiro apresentou um relatório diferente, acusando a população de inviabilizar o projecto.
“O empreiteiro informou que os populares é que estão a inviabilizar o curso normal dos trabalhos”, afirmou Neto.
O governador da província de Nampula, Manuel Rodrigues, que orientou o encontro, destacou a necessidade de se encontrar uma solução rápida para garantir o andamento das obras dentro dos prazos estabelecidos.
“É preciso que os governos dos distritos tomem medidas para que a população não pense que estão ausentes”, exortou Rodrigues.
As obras da Asfaltagem da Estrada Nacional Número 104, no troço Angoche – Nametil, cuja sua execução terá a duração de 26 meses, pouco mais de 2 anos, tem o financiamento do governo moçambicano e da União Europeia em 48 milhões de Euros.