Falta gesso medicinal nos hospitais em Nampula

Falta gesso medicinal nos hospitais em Nampula

Há mais de cinco meses, ou seja, pelo menos desde Março, que as unidades sanitárias da província de Nampula, incluindo o Hospital Central de Nampula (HCN), maior unidade hospitalar da região, está a enfrentar a falta de gesso medicinal para o tratamento de fracturas e correcção de deformidades, nos serviços de ortopedia.

O facto, que não se vislumbra a sua solução imediata, está a gerar preocupação no seio dos utentes daquele hospital, pois as farmácias privadas vendem o gesso a preços sufocantes que variam entre 230 e 250 meticais apenas uma embalagem.

Esta situação, segundo testemunhou a nossa reportagem que visitou o HCN recentemente, tem criado grandes embaraços no atendimento de pacientes que, vezes sem conta, são obrigados até a ficar com lesão desprotegida, apenas com ligadura ou para situações mais graves com talas.

Moche Romão, morador do bairro Muahivire, disse ter ficado surpreso ao chegar ao hospital e descobrir que não havia gesso para tratar a fratura no braço direito da sua filha de quatro anos de idade.

“A minha filha passa quase toda noite a chorar, pois no hospital foi aplicada apenas uma tala e uma ligadura, e não sei se isso vai ajudar na recuperação”, lamentou Romão, que ainda não conseguiu comprar gesso na farmácia privada, por falta de dinheiro.

Outro residente, Paito Armando, também se mostrou indignado após gastar 500 meticais para a compra de dois pacotes de gesso para tratar a fratura no braço esquerdo do seu filho. “É triste o que está a acontecer nos nossos hospitais. Não há gesso para atender pessoas com fraturas”, criticou.

Os munícipes pedem ao governo uma solução rápida para o problema, solicitando o envio urgente de gesso ao Hospital Central de Nampula.

Refira-se que, as autoridades de saúde reconhecem a falta do material, e justificam tratar-se de uma crise nacional, e que afecta não só o Hospital Central de Nampula.