Os oito municípios da província de Nampula, no norte de Moçambique, apontam a fraca fluidez de fundos alocados pelo Estado, como impedimento para a realização plena de actividades de grande vulto que constam dos seus programas de governação.
Esta é uma das conclusões apresentadas neste sábado, no final da 21ª reunião entre os edis e a direcção do partido Frelimo, de avaliação dos primeiros cem dias de governação.
Refira-se que os oito municípios desta província, estão sob governação da Frelimo, na sequência da sua vitória nas eleições autárquicas de 2023.
No encontro, de acordo com o comunicado apresentado à imprensa, foi abordado o tema da transferência de algumas actividades públicas exercidas no território municipalizado e a necessidade de seguir, com rigor, os requisitos plasmados na lei.
Em declarações a jornalistas, o edil de Nacala, a segunda autarquia mais importante da província e tida como capital económica, Faruk Nuro, anotou que, apesar das dificuldades económicas há realizações de vulto que podem ser constatadas.
“Temos o desafio financeiro, porque nada se faz sem dinheiro e também de incutir nas equipas municipais o sentido de trabalho conjunto”, afirmou.
Particularizando o que está a acontecer na cidade portuária de Nacala, Faruk Nuro destacou o combate à erosão e recolha de lixo.
“Temos o combate contra a erosão, remoção do lixo e a reabilitação das ruas para eliminarmos os buracos. Temos recebido o Fundo de Compensação Autárquica mais as receitas locais para fazer face aos desafios”, enumerou.
O edil revelou que estão em construção, em Nacala, duas mil residências para acomodar as famílias que vivem em locais onde a erosão é crítica, num projecto financiado pelo Banco Mundial.
Na avaliação final, o primeiro secretário do Comité Central da Frelimo, Luciano de Castro, afirmou que nos primeiros cem dias de governação há indicadores de acções positivas.
Luciano de Castro insistiu no aspecto de planificação das acções e no combate cerrado contra a corrupção, o que pode levar a que os munícipes se sintam bem servidos, o que fará com que o projecto social da Frelimo seja valorado, tendo em vista os próximos pleitos eleitorais.
“Em cem dias fizemos muita coisa, mas ainda não temos recursos suficientes para poder investir. Cumprir a planificação para evitar improvisos. A boa governação só se fará se combatermos, com energia, a corrupção”, advertiu.
Acrescentou que “a avaliação do munícipe é feita dependendo do nosso desempenho. O guião deve ser o nosso manifesto eleitoral, fazermos aquilo que dissemos aos munícipes que faríamos caso fossemos eleitos”.
Em Nampula, a Frelimo elegeu edis na cidade capital provincial, Nacala, Monapo, Angoche, Ilha de Moçambique, Ribáuè, Malema e Mossuril. (Rosa Inguane – AIM)