O presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, Luís Giquira, criticou esta quarta-feira o comportamento de alguns agentes da Polícia Municipal e do sector de fiscalização, acusando-os de praticarem cobranças ilícitas, sobretudo contra operadores de táxi-mota.
“Alguns membros da Polícia Municipal continuam a envergonhar-nos perante os taxistas. Fazem cobranças ilícitas a estes nossos concidadãos, que têm feito um grande trabalho, garantindo o transporte dos nossos munícipes de um ponto ao outro da cidade”, afirmou Giquira, durante uma parada policial no comando da corporação.
O edil apontou também a actuação de fiscais que se fazem à via pública sem acompanhamento da Polícia Camarária, recolhendo valores de forma arbitrária. “Viemos aqui para, em conjunto, estudarmos estratégias que nos permitam ultrapassar esta situação. Colegas, temos a missão de garantir o bem-estar, a ordem e a segurança pública”, frisou.
Durante o encontro, Giquira exigiu conduta exemplar dos seus colaboradores e instruiu a direcção da Polícia Municipal e o sector de fiscalização a tomarem medidas contra os agentes que agem à margem da lei. “Não se justifica que, um ano após termos dado instruções claras, ainda haja colegas que persistem em comportamentos que já foram condenados”, afirmou.
O edil reagiu também às dificuldades apontadas pelos agentes, nomeadamente a falta de armamento, viaturas e assistência médica. Garantiu que o município está a dialogar com o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) para resolver os constrangimentos.
Ainda no mesmo encontro, alguns agentes denunciaram o não pagamento do 13.º salário do ano passado e o não enquadramento na Tabela Salarial Única (TSU).
Outro tema em destaque foi a ocupação de espaços públicos por vendedores informais, apesar dos sucessivos apelos e acções de desocupação. A autarquia identificou como zonas críticas a Avenida Barnabé Tame, nos Poetas, a estação dos CFM e a entrada do mercado de Waresta.
Um dos agentes sugeriu a revisão do código das posturas municipais, defendendo que, além dos vendedores, também os compradores sejam penalizados por fomentarem o comércio informal.
No fecho, Giquira chamou atenção para o aumento da criminalidade nos postos administrativos, afirmando que o fenómeno exige uma actuação firme e coordenada.