Gestão danosa na Educação indigna governador de Nampula

Gestão danosa na Educação indigna governador de Nampula

O Governador da Província de Nampula, Eduardo Abdula, manifestou-se, na semana finda, desapontado e indignado pelo facto de a Direcção Provincial da Educação ter desembolsado a totalidade dos fundos destinados a obras do sector, apesar de estas continuarem inacabadas.

A indignação de Abdula deveu-se, igualmente, ao facto de aquela instituição ter arrendado, há mais de quatro anos, um armazém de livros escolares a um terceiro privado, sem que, para tal, tivesse sido celebrado um contrato formal.

Durante uma visita, na manhã de sexta-feira passada, à Direcção e à Inspecção Provincial da Educação, em Nampula, Abdula afirmou, de forma categórica: “Estou triste e zangado com o que vi. Temos obras inacabadas, mas já foram pagas na totalidade. Afinal, muitos dos problemas são provocados por nós, como governo”, lamentou.

O referido armazém de livros escolares da província funciona, há quatro anos, apenas com uma carta de confissão de dívida, conforme referiu o governador.

“Isto é gritante. O que quero dizer é que o nosso sistema, neste momento, não está saudável. Temos de ver, efectivamente, onde e como resolver o mais rápido possível”, referiu.

Na mesma ocasião, o governante deu um prazo de cinco dias à Inspecção da Educação para apresentar respostas às irregularidades constatadas.

“Quero saber quais são as empresas envolvidas, onde se encontram e por que razão foram pagos 100 por cento dos valores das obras que estão, desde 2018, abandonadas”, recomendou Abdula.

O governador denunciou ainda a existência de xitiques entre trabalhadores — um sistema muitas vezes alimentado por dinheiro proveniente de cobranças ilícitas —, para além da alegada ausência frequente de professores nos seus postos de trabalho, numa altura em que se reclama o pagamento de horas extraordinárias.

“Já estive, pessoalmente, nas primeiras horas do dia, em algumas escolas, e encontrei salas e alunos sem professores. Como é que se justificam horas extras quando o docente nem sequer está presente?”, questionou Abdula.