O núcleo provincial de Nampula do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique) manifestou, esta terça-feira (6), preocupação face ao aumento dos casos de agressão a jornalistas e à violação das liberdades de imprensa, muitas vezes protagonizados por actores políticos e outros segmentos da sociedade.
De acordo com os dados divulgados pela organização, em 2024 foram registados 32 casos de violação das liberdades de imprensa no país, dos quais 22 ocorreram durante o período das eleições gerais. Em 2023, contabilizaram-se 28 casos, sendo 11 durante as eleições autárquicas.
As informações foram partilhadas durante um seminário provincial de consulta sobre mecanismos de protecção e segurança para os jornalistas, realizado em Nampula. O evento reuniu profissionais da comunicação social, autoridades municipais e membros do governo provincial.
O presidente do núcleo do MISA em Nampula, Aunício da Silva, afirmou que os direitos dos jornalistas têm vindo a ser violados de forma cíclica, resultado do crescimento de tendências autoritárias em alguns sectores da sociedade. Acrescentou que a organização tem levado a cabo acções de sensibilização junto dos partidos políticos, instituições da justiça e outras entidades, com vista a assegurar o exercício pleno das liberdades de imprensa e de expressão.
Presente no encontro, o presidente do Conselho Autárquico da Cidade de Nampula, Luís Giquira, reconheceu os desafios enfrentados pelos profissionais da comunicação social e garantiu que a edilidade está aberta ao diálogo sobre formas de garantir a sua protecção.
Por sua vez, o director do Gabinete do Governador da Província de Nampula, Calquer Albuquerque, destacou que a discussão sobre os mecanismos de protecção dos jornalistas é fundamental para promover uma convivência saudável e o acesso à informação. Sublinhou ainda que a liberdade de imprensa é um dos pilares essenciais para manter a população informada.
