OLAM Moçambique acumula dívidas com credores, trabalhadores e sonega impostos

OLAM Moçambique acumula dívidas com credores, trabalhadores e sonega impostos

Uma investigação jornalística levada acabo pelo Wamphula fax descobriu que, a OLAM-Moçambique, uma empresa especializada no agro-negócio, que anunciou, em Fevereiro passado, a suspensão das suas actividades em todo o país por alegada fraca qualidade da matéria-prima, tem dívidas com credores, trabalhadores e é acusada de sonegação de impostos.

Com efeito, a empresa encerrou as fábricas localizadas na província de Nampula, concretamente nos distritos de Monapo, Mogincual e Angoche. Como consequência da decisão da empresa, pelo menos 200 trabalhadores efectivos e mais de 300 colaboradores sazonais perderam os seus postos de trabalho, para além de milhares de produtores daquela cultura de rendimento que deixaram de beneficiar de assistência.

Entretanto, a saída da empresa no mercado de processamento da castanha de caju deixou muitos pendentes com credores, trabalhadores e Governo. A nossa investigação constatou que aquela empresa acumulou dívidas com os credores, facto que gerou a insustentabilidade do negócio. Aliás, as infra-estruturas onde funcionava a fábrica de Monapo pertencem ao grupo Sociedade Algodoeira de Namialo (SANAM).

A OLAM não estava a honrar com o compromisso de pagar a renda, pelo que o proprietário do imóvel decidiu reaver para evitar males maiores. Para além disso, apuramos que, igualmente, a empresa não pagou as indeminizações aos trabalhadores não receberam as indemnizações, que tinham direito por conta da rescisão unilateral do contrato de trabalho.

Informações em nosso poder indicam que alguns ex-trabalhadores da empresa ao nível do distrito de Angoche abriram um processo no Tribunal Judicial de Nampula para reclamar a indemnização.

O julgamento do caso já aconteceu e aguarda-se a leitura da respectiva sentença. Na Autoridade Tributária de Moçambique não foi possível colher informações concretas sobre o cumprimento das obrigações fiscais por parte da OLAM, alegadamente, porque trata-se de sigilo fiscal.

A nossa Reportagem tentou, sem sucesso contactar a direcção da empresa para se pronunciar a volta do caso, mas em vão. Aliás, a responsável pelo gabinete de Comunicação e Imagem da OLAM-Moçambique, Cláudia Manjate, orientou o nosso repórter a endereçar uma carta aos gestores da companhia para efeitos de esclarecimento. Contudo, até ao fecho da presente edição não havia nenhuma resposta.

Lembre-se que, a carta que a direcção da empresa enviou ao Governo indica que “as tendências e dinâmicas globais no mercado da castanha de caju e as recorrentes dificuldades em aceder à matéria-prima de qualidade nos volumes necessários” é que influenciaram a tomada de decisão relacionada com o encerramento das unidades de processamento da castanha de caju no país.