Alguns trabalhadores, que participam nas obras de reabilitação do Porto de Nacala, em Nampula, denunciam maus tratos, actos de racismo, descontos arbitrários e despedimento sem justa causa, praticados pela empresa Penta-Ocean Construction, contratada para execução das obras daquela infra-estrutura.
Para além de tratamento desumano, os mesmos trabalhadores acusam a empresa de contratar mão de obra estrangeira de forma ilegal.
Aliás, segundo dados obtidos pela nossa reportagem, trabalham naquela empreitada pelo menos 60 cidadãos estrangeiros sem vistos de trabalho, na sua maioria, filipinos, japoneses, singapurianos, indonésios, sul-africanos, chineses e bangladeses.
Nossas fontes afirmam que, os cidadãos estrangeiros em causa entraram no país com o visto de visita, o que lhes concede uma estadia de 90 dias. Quando esse período acaba eles regressam aos países de origem e depois de algum tempo retornam a Moçambique usando os mesmos esquemas.
Segundo os nossos interlocutores, nos escritórios há divisão de compartimentos, ou seja, existem escritórios para estrangeiros e moçambicanos, e só acontece uma aproximação quando há necessidade de partilha de informação do trabalho, por exemplo documentos.
No local existem dois balneários, sendo um para os de estrangeiros e outro para os nacionais.
Estas e outras reclamações foram denunciadas junto da Direcção do Trabalho ao nível da cidade portuária de Nacala, mas em vão.
Contactada a os gestores da empresa Penta-Ocean Construction sobre este assunto, eles negaram a tecer qualquer palavra.
