O departamento de Trânsito da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, levou a cabo na manhã desta quinta-feira, uma campanha de fiscalização mecânica de viaturas nos principais postos de controlo, que culminou com a apreensão de cerca de 30 viaturas que estavam a circular sem condições mecânicas aceitáveis.
Segundo o representante da Polícia de Trânsito (PT), Egídio Pedro, para além de sancionar os infractores com multas que variam de 300 a 600 meticais, disse que a campanha visava principalmente sensibilizar os automobilistas, no sentido de terem o hábito de fazer, periodicamente, a manutenção das suas viaturas, antes de se fazerem as estradas, de modo a evitar acidentes provocados por causa de avarias mecânicas.
“Para além de viaturas, a polícia apreendeu as respectivas cartas de condução dos motoristas e os livretes, porque algumas viaturas circulavam com problemas pneumáticos, sem fichas de inspecção, sendo que não se pode circular na via pública com estes problemas e outros”, disse Pedro.
Os motoristas das viaturas apreendidas assumem ter cometido as infracções, tendo apontado os patrões como sendo os principais culpados. Alegam que reportam as avarias e as condições mecânicas ao patronato, que na procura do lucro obrigam aos motoristas a trabalharem da mesma forma.
Momade Assane, um motorista de camião que com a campanha recebeu a quarta multa por andar com pneus gastos, também culpa o seu patrão de não fazer a troca dos mesmos, porque, segundo ele, já alertou várias vezes sem sucesso.
“Eu estava no parque. Pedi novos pneus e o patrão me deu só dois, e como estou a trabalhar, não posso recusar a ordem do meu patrão, porque, se eu fizer isso, vão me demitir e ficarei no desemprego, sem opções de sustentar a minha família. Com esta multa, que estou a receber hoje, totalizam quatro, por causa do mesmo problema de pneus”, disse o motorista.
Por outro lado, os automobilistas congratulam o trabalho de fiscalização da PT, que visa principalmente sensibilizar a sociedade, mas apontam o estado de degradação das estradas como estando por detrás de alguns problemas mecânicos nas viaturas.
“O governo também devia ver as nossas estradas. Não tem condições para circulação de viaturas. As peças que compramos na praça duram apenas duas semanas”, disse Carlos Ernesto.
