Um total de 578 raparigas menores de idade foi resgatado dos casamentos prematuros, no distrito de Murrupula, em Nampula, durante os últimos cinco anos, segundo indicam dados avançados pela «ActionAid», uma organização não-governamental que opera na província, no decorrer da 1ª conferência distrital da rapariga.
De acordo com o oficial de projectos naquela organização, Tayob Arune, grande parte das raparigas foram reintegradas em escolas, que haviam abandonado por conta das uniões, para prosseguirem com os estudos.
“O resgate dessas raparigas foi possível graças ao trabalho conjunto entre a nossa organização e a HOPEM, uma outra não-governamental, que trabalha na área de defesa dos direitos da rapariga”, disse Arune.
Lamentou o facto de muitas famílias da província de Nampula acharem que a educação formal da rapariga não constitui prioridade, quando comparado com os rapazes.
No âmbito da promoção dos direitos da rapariga, aquela organização está a levar a cabo na província, um projecto denominado “Toda Rapariga é Capaz”, que visa defender os direitos sexual e reprodutivos das raparigas e mulheres, melhorar a igualdade do género, entre outras acções de fortalecimento das capacidades para defesa dos seus direitos.
O projecto, segundo as projecções, pretende abranger 25 mil raparigas e jovens, de 8 a 24 anos de idade, que residem nos distritos de Nacarôa e Murrupula.
“O nosso objectivo é fazer com que o grupo alvo conheça e defenda os seus direitos. Queremos melhorar as taxas de retenção nas escolas, a habilidade económica, entre outros”, explicou Arune.
Cátia Matias, umas das participantes da conferencia, reconheceu que muitas meninas, são forçadas a interromperem seus sonhos de se formar, para um futuro melhor, por conta de casamentos prematuros.