O preço de referência de comercialização de algodão continua aquém de satisfazer as ansiedades dos produtores, em Nampula, região onde, segundo a secretária provincial do sindicato dos trabalhadores no ramo da agricultura, pecuária e indústria de caju, Laura Afonso, o desalento de continuar a praticar aquela cultura já tomou conta dos produtores, não obstante a sensibilização das autoridades para se continuar a praticar.
“O preço de venda do algodão é muito baixo e os agricultores estão desmoralizados com relação à situação, porque sabem que é uma cultura muito complicada de praticar”, desabafou Afonso.
Segundo dados do Fórum Nacional de Produtores de Algodão (FONPA), os preços de referência, para a venda do algodão, foram fixados 33 meticais/quilograma do algodão da primeira e 28 meticais, o da segunda.
Para defender e salvaguardar os interesses dos produtores do chamado ouro branco, chá e têxteis, contribuir para cadeias de valor sustentável, inclusiva e inovadora, em que os interesses, vozes e direitos dos agricultores, trabalhadores e cidadãos estejam representados e ouvidos, na tomada de decisão, algumas organizações da sociedade civil, estão a implementar no país o programa “Reclamando a sustentabilidade”.
O programa pretende capacitar Organizações da Sociedade Civil, colectar dados para advocacia, convocar o diálogo, consultar todos os intervenientes, conectar-se as redes, criar parcerias, entre outros objectivos.
A cerimónia de socialização do “Reclamando a Sustentabilidade”, decorreu há dias na cidade de Nampula e juntou os produtores de algodão, chá, frutas e vegetais, idos da província da Zambézia, Maputo, Tete e Nampula.