Reduziu, significativamente, o tempo de permanência de navios que atracam no cais do Porto de Nacala, com o consequente aumento da capacidade de manuseamento de carga contentorizada e armazenamento, como resultado da reabilitação, ampliação e modernização daquela infraestrutura, que ganhou uma nova dinâmica do ponto de vista de operações.
O Porto Nacala, de águas profundas, que chegam a atingir entre os 60 e 80 metros de profundidade, foi aberto ao tráfego em 1951, sendo que para atender a demanda dos países africanos do interior, que usam o “corredor de Nacala” para as operações de importação e exportação de diversos bens, viu-se a necessidade de reabilitar, ampliar e modernizar.
As novas e modernas infra-estruturas portuárias permitem ao Porto de Nacala a melhoria da capacidade de manuseamento do volume de carga, saindo dos cerca de 100 mil TEU’S para 252 mil TEU’S, representando um crescimento na ordem de mais de 150 por cento, números que os gestores esperam um aumento também na capacidade de armazenamento, bem como a atracação de navios de grande calado.
Os chefes de Estado do Malawi, Lazarus Chakwera, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Hosaka Yasushi, testemunharam a cerimónia de reinauguração daquela infraestrutura, sábado passado, orientada pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Para o presidente Nyusi, as novas infra-estruturas do Porto de Nacala são essenciais para o escoamento das exportações e importações de cereais, fertilizantes, combustíveis, medicamentos e equipamentos para suprir as necessidades internas.
Falou das culturas dominantes no Malawi, com forte valor na exportação, nomeadamente o tabaco, açúcar, café, chá, algodão, feijões e vegetais, contudo que a Zâmbia está a diversificar a economia exportando pedras preciosas, fios de cobre, cimento, açúcar, milho e outras culturas.
“Com esta reabilitação, o Malawi e a Zâmbia passam a beneficiar de maior eficiência no manuseamento de carga e mercadorias como resultado de novos e modernos equipamentos”, disse.
As obras de reabilitação e modernização do Porto de Nacala compreenderam a reconstrução do cais norte com 400 metros de cumprimento e uma profundidade de 14 metros, bem como a estrada que dá acesso ao recinto portuário, que foi ampliada para duas faixas. Também foram construídos os edifícios de controlo de passagem, subestações eléctricas e um sistema moderno de controlo de incêndios.
Os dois chefes de Estado vizinhos também discursaram no evento, sendo que o da Zâmbia, Hakainde Hichilema, considerou que o “corredor de Nacala” é importante pela eficácia, por isso sente que tem a obrigação de aprimorar as infra-estruturas locais para que haja capacidade de armazenamento dos produtos de importação.
Já o Malawiano, Lazarus Chakwera, referiu que o Porto de Nacala fortalece as ligações económicas no processo de integração regional.
“A falta de uma política de desenvolvimento de infra-estruturas no continente africano está a dificultar o alcance de resultados desejados rumo a um crescimento exponencial”, disse o estadista.