Nacala-Porto: uma jornada de transformação e os desafios que persistem

Nacala-Porto: uma jornada de transformação e os desafios que persistem

Ontem, 16 de Setembro, a cidade de Nacala completa 53 anos desde a sua elevação à atual categoria, onde apesar de existirem pequenas mudanças, há desafios enormes que persistem, entre as quais o problema crónico da erosão, défice no abastecimento de água e as construções desordenadas.

Entretanto, o presidente do Conselho Municipal daquela cidade, Faruk Nuro, que está há oito meses no comando dos destinos da urbe, disse que o seu governo está a envidar esforços no sentido de implementar melhorias, que possam transformar aquela cidade para o melhor, apesar dos desafios.  

Nuro alega ter encontrado a cidade em situação de “abandono”, mas que, de Fevereiro até esta parte, ela tem registado alguns avanços na melhoria das infraestruturas públicas. Com efeito, segundo ele, as ruas da baixa da cidade, que na época estavam intransitáveis devido a buracos e resíduos sólidos trazidos pelas águas pluviais, estão agora em melhores condições.

“Melhoramos a estrada que vai até a Praça dos Trabalhadores e outra que vai até a Rotunda do Porto de Nacala. Agora é possível circular. As actividades de melhoria também abrangeram a Rua do Comando da Polícia da República de Moçambique, onde havia lama e entulho de areia. Os automobilistas tinham dificuldades de transitar”, enumerou Nuro.

Segundo ele, o sistema de colecta de lixo foi reestruturado, com a edilidade adoptando o modelo de remoção nocturna. O saneamento básico já esteve pior, com vários focos de doenças de origem hídrica, incluindo a cólera. No entanto, os cidadãos já respiram aliviados.

O presidente afirmou que a situação de abastecimento de água na cidade é ainda crítica, mas foi feita a mobilização de recursos junto aos parceiros, o que permitiu a viabilização do projecto de construção de dois sistemas para o fornecimento de água às comunidades de Massapone e 1 de Junho, beneficiando mais de 3 mil famílias que deixaram de usar as fontes de abastecimento precárias.

“Também estamos a reabilitar algumas praças e jardins da autarquia para que as pessoas tenham espaços de lazer”, explicou Nuro.

Entretanto, a fonte reconheceu que, devido às limitações financeiras, a edilidade ainda não está a fazer grandes investimentos na área de combate à erosão de solos e na garantia do pleno funcionamento do sector de saneamento.

Na véspera das festivas, a nossa reportagem ouviu o cidadão Genito Armando Mateus, morador do bairro Ontupaia, que entende que o desenvolvimento que Nacala está a registar é notável apenas ao nível da zona de cimento. Explicou que, quem deixa a região urbana e entra pelos subúrbios vai compreender a necessidade de se apostar na abertura de vias de acesso para garantir a circulação livre de pessoas e bens.

Por seu turno, a munícipe Regina António é residente da Matola, uma comunidade que beneficiou de um sistema de água oferecido pela empresa Grindrod, mas essa infraestrutura deixou de funcionar logo após a sua inauguração. Ela pede a intervenção de quem é de direito para socorrer a população.

Aquimo Manuel, outro munícipe, destacou a reabilitação de estradas e o dinamismo na área do entretenimento. No entanto, pede a edilidade a promoção de um ambiente de negócios saudável para atrair investidores capazes de oferecer oportunidades de emprego aos jovens, alguns dos quais se afundam na criminalidade, nas drogas e na prostituição.

Catarina Abacar disse que o desenvolvimento de Nacala deve refletir-se nas taxas de empregabilidade de seus residentes.