As manifestações que decorrem no país desde ontem, quarta-feira, até amanhã, sexta-feira, obrigaram a direcção do Porto de Nacala, em Nampula, a encerrar as portas, e como consequência, não se nota o fluxo normal e habitual de camiões, embora a cidade esteja a viver um ambiente calmo e tranquilo.
Aquela instituição, que lida com os serviços de importação e exportação de mercadorias, tentou abrir as suas portas para tramitar alguns processos, mas a falta de camionistas para carregar e descarregar contentores forçou a direcção a dispensar os seus trabalhadores.
Um funcionário das Alfândegas de Nacala, cuja identidade não revelou, supostamente por não ter sido autorizado a falar à imprensa, disse que a sua instituição só registou o movimento de quatro viaturas que transportavam contentores. No entanto, referiu que esses camiões permaneceram no recinto portuário desde terça-feira.
A nossa equipa de reportagem constatou que os serviços complementares, como os de restaurantes, estivadores e outras instituições, estão igualmente afectados. A empresa CFM Logistics dispensou os seus colaboradores para tentar preservar a segurança destes.
Nesta quarta-feira, primeiro dia da quarta etapa da greve geral convocada por Venâncio Mondlane, candidato presidencial da oposição, foi possível notar, em algumas esquinas da autarquia, a forte presença das unidades policiais e militares a controlar a situação. Contudo, até ao fecho desta edição, não houve relatos de desordem.
No entanto, grande parte das lojas ficou encerrada e os serviços básicos, como educação e saúde, estão a funcionar a meio gás. Os mercados da cidade alta e o grossista do Juma, os mais frequentados pelos cidadãos, estavam às moscas devido à falta de clientes.