Arrancaram esta terça-feira, no país, as aulas do presente ano letivo, cuja abertura oficial teve lugar na sexta-feira da semana passada. Na cidade de Nampula, especialmente nas escolas de ensino básico geridas pelo Estado, o processo iniciou a meio gás, uma vez que, em algumas escolas visitadas pelas nossas equipas de reportagem, as crianças estavam apenas a brincar, devido à ausência dos professores para lecionar.
Tal foi o caso da Escola Primária de Teacane, no bairro de Natikiri, onde houve apenas a organização das turmas, entre outras atividades, além das escolas primárias do centro da cidade, como “25 de Junho”, “Parque Popular”, “7 de Abril” e outras.
“Os professores vieram, mas não tivemos aulas porque estavam reunidos no gabinete pedagógico e fomos informados para voltar à escola amanhã, para conhecer as nossas turmas e os professores que vão nos dar aulas”, contou César Arlindo, aluno que este ano vai frequentar a 4.ª classe.
Por seu turno, Sandra Bernardo Sousa, aluna da Escola Primária de 1.º e 2.º grau “7 de Abril”, disse que “não tivemos aulas porque alguns professores estavam no processo de matrículas, e só depois disso é que serão afixadas as listas, para que cada aluno conheça a sua turma”.
A diretora adjunta da Escola Básica de Teacane, Palmira José, afirmou que o processo de matrículas foi afetado, em parte, pelas recentes manifestações de protesto contra os resultados eleitorais e, por outro lado, pela demora no pagamento do décimo terceiro salário aos professores, que acabaram por fazer greve.
A fonte afirmou que, devido a todos esses constrangimentos, o setor que dirige viu-se forçado a prorrogar o processo de matrículas para a primeira semana deste mês, assegurando que as aulas vão começar ainda esta semana e aconselhou os pais e encarregados de educação a efetuarem o registo ou inscrição dos seus filhos e educandos, respetivamente.