A população de baixa renda na cidade de Nampula continua a enfrentar sérios problemas para a confecção diária de alimentos, devido ao agravamento dos preços do combustível lenhoso nos habituais mercados.
Se, por um lado o governo tem vindo a tentar massificar o uso de gás domestico, sobretudo em famílias de média e alta renda, os de baixa renda continuam sem grandes alternativos e devem recorrer a lenha e ao carvão vegetal que está cada vez mais caro.
O preço de venda do carvão vegetal, muito usado pela maioria da população de baixa renda, regista desde Março findo, uma subida exponencial, ao passar dos anteriores 330 meticais, para um mínimo de 400 meticais, o saco de 50 quilogramas.
Alguns estaleiros de venda do carvão, visitados pela nossa equipa de reportagem, os vendedores contaram que está na origem do agravamento do preço, as chuvas que tem estado a cair, que estão a condicionar a produção do carvão e degradar as vias de acesso, usadas pelos transportadores do produto.
Francisco Nunes, vendedor de carvão num dos estaleiros localizado no bairro de Matadouro, arredores da cidade de Nampula, contou que o preço conheceu um reajuste, devido a subida do valor de compra, nos centros de produção, que passou de 100 Meticais o saco, para 150 Meticais.
Outro vendedor de carvão, desta feita no bairro de Cossore, que se identificou pelo nome de Calton, fez saber que o reajuste do preço, tem a ver com o preço de aluguer de camiões que transportam aquele produto.
“Se cada saco de carvão custa por exemplo 150 meticais, no ponto onde compramos a grosso, pagamos igualmente 150 Meticais, por cada saco, ao proprietário da viatura, por isso não faz sentido chegar aqui e vendermos o saco a 300 Meticais”, contou Calton.
Joel Maguno, outro vendedor de carvão vegetal no bairro de Muahivire, explicou que, quando chove torna-se difícil fazer o carvão, por isso os poucos que conseguem produzi-lo, em condições adversas, vendem cada saco ao preço que lhes aparece e o comprador tem duas alternativas, pegar ou largar, não há negociações.
Esta situação ocorre igualmente com a lenha que é vendida em montes, mas que escasseia por conta de alguma padarias e pastelarias que acabam comprando a maior parte das quantidades que entram para cidade.